sábado, 12 de dezembro de 2009

Ilha de Moçambique

Visão
colada à bruma
no infinito ponho
do rosto do eterno
a transparência

Persa negro e branco
cabaias e cofiós
de seda e linho,
em pontilhado, aurora
minha utopia que sangra.

Nos mármores róseos
da fortalez
atua consciência, livre
recria o nada.
(1952)


m’siros na menstruação
dos ventos
no desafiar das pedras
e corais,
nos desventrados barcos
és nova equação
índica, swahili,
das bocas de fome
e afiados punhais
de prata.


[Vírgilio de Lemos, Ilha de Moçambique, A língua é o exílio do que somos]

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