sexta-feira, 28 de março de 2008

A Ilha «em voo de pássaro»

Um link directo para a Ilha de Moçambique.


Ver mapa maior

quarta-feira, 26 de março de 2008

Cavaco Silva na Ilha de Moçambique



Cavaco Silva visita hoje a Ilha de Moçambique.
JPT discorre no seu ma-schamba sobre a circunstância.
Oxalá algo de positivo possa resultar.
P.S. Já que tanto se fala do estado do Cemitério militar português de Pemba, fica imagem do estado do cemitério da Ilha, onde também seria necessário «deitar uma mãozinha»...

segunda-feira, 24 de março de 2008

Fecundo o húmus

Dizer fértil
a veiga do Lima
ou as margens do Zambeze

e Zanzibar ao largo
num replandescente
ocaso no negrume
é eclusa a fechar o barco

há um crescente iluminando
a noite da Índia
e a tracção humana
do riquexó

dizer amado
solo sagrado
depois de transbordar
fecundo o húmus

segunda-feira, 17 de março de 2008

Nau perdida

Poucas vezes
aportou essa nau
ao largo da fortaleza

a sua equipagem dessedentava-se
no campo de S. Gabriel
à sombra rala das casuarinas

e gozava com as pretas
durante a estada
deixando passar a monção
embebedando-se com otekha

houve nessas paragens
heróis com escorbuto
e santos vivos ungindo
os moribundos
no adro da capela do baluarte

e no conto da companhia das Índias
estão ainda assentes os proveitos e as voltas
dessa lenta nau perdida
num tempo de presságio
apagado
de vez

sexta-feira, 14 de março de 2008

"Ilha de Moçambique"

Ilha de oiro e angústia
Feita de sol e de prata
Marfim talhado em relíquias
Cobre batido do vento
Num moinho de saudades.

Fortaleza escancarada
A memórias esquecidas...

Senhora do Baluarte velando
As brancas velas do Canal.

Sermões de S. Francisco Xavier
Guardados nas rochas de coral.

Riquexós vagueando ao sol
Brancas praias sonolentas
Enfeitadas de saris e cofiós
Brancos, pretos, encarnados

E rostos cor da verdade
De viver num monumento
De prata, de oiro e de cobre
Cobre batido do vento...

Pórtico dos sonhos, momento
de índias descobertas e vencidas
Monumento, monumento,
De memórias esquecidas...

Além-portas de marfim
Paredes meias com a História
Dentro da fama e memória
Para que nela sempre fique
A Ilha de Moçambique.


[Neves e Sousa]

terça-feira, 11 de março de 2008

Lágrimas do Índico


Penso nas árvores
quinhentistas
derrubadas

na conformada
aceitação do sortilégio
das gentes da Ilha

penso no imprompto
redemoinho
gerado talvez no meio do mar
ou no seio da terra

nos ventos uivantes
e avassaladores
de salitre e lágrimas

desabando
inclementes
sobre os barcos

domingo, 9 de março de 2008

Tempestade na Ilha



No ma-schamba de ontem dava-se conta de destruições, por tempestade natural "muito violenta", na Ilha de Moçambique.

É que a Ilha é local muito exposto, muito frágil. Um tufão monçónico ou tropical era o que menos falta fazia, agora, nessa tão amargurada terra.

Sabêmo-lo bem, a marginal da contra-costa estava em vias de destruição iminente, com marés mais violentas ou ondas fortes (que felizmente não abundam). A «natureza» encarregou-se de mais uma partida...

Lamenta-se o sucedido, pois a população vai sofrer mais agruras ainda, sem energia eléctrica, sem água (sem abastecimentos?).

Mas lamento mais não poder ajudar.