JPT, no seu ma-schamba, fez uma simpática e imerecida referência ao pendor poético deste blog, relativamente à Ilha de Moçambique.
É, como confessadamente se disse já, a «fraqueza» sentida deste incipiente aglutinador (o que aglutina- a-dor?) de palavras. E a assunção passional de um paradigma telúrico e existencial que alguns compreenderão. Porventura um devaneio pseudo-intelectual (ou pequeno burguês ?) para redenção de muitas mágoas e vivências, talvez não experimentadas ao limite ou no tempo certo.
Fez também um oportuno reparo para correcção do endereço actual do seu blog na lista de links . «Ordem» já cumprida, JPT.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
A desculpa aos africanos
Pensava que a onda de «desculpas» como movimento de fim de milénio tivesse acabado.
Parece que não. Depois de o Papa ter pedido desculpas pela inquisição, depois de a Alemanha ter pedido desculpas pelo holocausto, julgava que estava tudo perdoado.
O arrependimento e o pedido de perdão, para ser genuíno, é o dos próprios ofensores, e não o "perdão" de terceiros, por muito pios e politicamente correctos que o sejam.
É uma atitude vazia, e, pior ainda, quando não se traduz em factos concludentes.
A escravatura e o colonialismo merecem ser compreendidos, debatidos, exorcizados, se necessário. Uma catarse é sempre positiva.
Mas este "perdão" pode ser a via mais fácil para a inconsequência.
Parece que não. Depois de o Papa ter pedido desculpas pela inquisição, depois de a Alemanha ter pedido desculpas pelo holocausto, julgava que estava tudo perdoado.
O arrependimento e o pedido de perdão, para ser genuíno, é o dos próprios ofensores, e não o "perdão" de terceiros, por muito pios e politicamente correctos que o sejam.
É uma atitude vazia, e, pior ainda, quando não se traduz em factos concludentes.
A escravatura e o colonialismo merecem ser compreendidos, debatidos, exorcizados, se necessário. Uma catarse é sempre positiva.
Mas este "perdão" pode ser a via mais fácil para a inconsequência.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Pedir desculpa aos africanos
Mário Crespo lançou o mote, há muito latente, sobre a utilidade, a pertinência, a necessidade, a oportunidade e as consequências de um «pedido de desculpas» aos africanos.
Ver no chuinga.
Como as opiniões já se dividem, saudavelmente, prometo pensar no assunto.
Ver no chuinga.
Como as opiniões já se dividem, saudavelmente, prometo pensar no assunto.
Eduardo White - Ilha de Moçambique
Para mais um texto do Eduardo White sobre a Ilha de Moçambique, aqui fica novo link para o ma-schamba.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
A manutenção dos edifícios
É difícil a manutenção dos edifícios
na Ilha
pois neles recomeça
a gesta de todo o peso
da história
o cheiro dos madeiramentos
carcomidos
súbito o salitre
e a cal que se desprende
das paredes largas
e dos portais
e pousa triturado
no rosto-m´siro
das mulheres
É difícil conservar os edifícios
na Ilha
mais do que chamar
à razão
os homens
desprevenidos
na Ilha
pois neles recomeça
a gesta de todo o peso
da história
o cheiro dos madeiramentos
carcomidos
súbito o salitre
e a cal que se desprende
das paredes largas
e dos portais
e pousa triturado
no rosto-m´siro
das mulheres
É difícil conservar os edifícios
na Ilha
mais do que chamar
à razão
os homens
desprevenidos
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Quando soubesses
Quando soubesses
o que significa
«Comprámos muita fome
e desesperámos com ela
porque o milho
se mergulhou»
então poderias
exibir a tua
ignara arrogância
com aqueles
que se acham baços,
apagados e reféns,
como, num dia nublado,
as estrelas
o que significa
«Comprámos muita fome
e desesperámos com ela
porque o milho
se mergulhou»
então poderias
exibir a tua
ignara arrogância
com aqueles
que se acham baços,
apagados e reféns,
como, num dia nublado,
as estrelas
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Ser sempre cidadão
Ser sempre cidadão
desde o raiar da madrugada
até altas horas da noite
sempre
indignar-se com a auto-proclamação
representativa
desses mercenários
do virtuosismo postiço
das modas fracturantes
ser cidadão
sempre
desde o raiar da madrugada
até altas horas da noite
sempre
indignar-se com a auto-proclamação
representativa
desses mercenários
do virtuosismo postiço
das modas fracturantes
ser cidadão
sempre
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