terça-feira, 7 de junho de 2011

Breve memória familiar e comercial da África Oriental portuguesa (IX) - o sobrinho José dos Reis Bravo e o tio Domingos dos Reis

As necessidades das populações nativa e colonial de Nampula, não cessavam de aumentar, quer em quantidade, quer em qualidade. Tornou-se um mercado em que era preciso diversificar a oferta, e foi em finais da década de 40 e na de 50 do séc. XX que muitas firmas já estabelecidas na localidade, desde as grandes companhias de chá e de algodão (CAM) e tabaco (VELOSA e SUT), a empresas de carpintaria, de maquinaria diversa (Entreposto e João Ferreira dos Santos), entre outras, conheceram grande expansão.
A região de Nampula era uma zona agrícola de excelência para certas culturas indígenas, como o algodão (o fundo do emblema da cidade é composto de folículos de algodão), o tabaco e o caju. Brasão de Nampula

Os primeiros tempos de José dos Reis Bravo, apesar do apoio dos tios, não foram de facilidades. Para além do esforçado trabalho, empreendeu estudos de comércio e de contabilidade, de forma a possibilitar-lhe um melhor enquadramento da actividade comercial em que estava empenhado. Café Nacional Nota de 5$00 (de 1941)




José dos Reis Bravo fica instalado, como se disse antes, na casa dos tios, ao lado do então Café Nacional, que funcionava no edifício que viria a ser da Zuid Afrikaansch Handelshuis. Ali se dedica com interesse às actividades desenvolvidas nesse estabelecimento, que, como já dissemos, eram predominantemente de hotelaria, modas e vestuário, comércio geral, lotarias, valores selados e brindes.
José dos Reis Bravo, trabalhando no escritório do Café Nacional


Equipa do Sporting Clube de Nampula (José dos Reis Bravo é o 1.º da esq.ª, na linha de baixo)

Nesse período estabelece variados contactos, adapta-se a um novo modo de vida, em que assume preponderância a prática do desporto, em várias modalidades, actividade que era excelente veículo para contactos sociais e estabelecimento de afinidades e amizades.


Equipa do SCN (José R. Bravo é o primeiro da esq.ª em baixo)

José dos Reis Bravo


Até 1950, o estabelecimento Café Nacional, de Domingos dos Reis, manteve-se no mesmo edifício, até este ser alugado à firma Zuid, de comércio de ferramentas e electrodomésticos e agência de viagens, a qual assumiu o seu arrendamento até 1975.
Quando a família se mudou para a então Av. Neutel de Abreu (actual Av. 25 de Setembro), lá prosseguiu a exploração dos mesmos ramos de actividade.
Casa de Domingos dos Reis, para onde se mudou o estabelecimento em 1950, na então Av. Neutel de Abreu (actual 25 de Setembro).

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