Um desses portugueses foi João dos Reis, um de seis irmãos de uma aldeia da Beira Baixa, que estudara no Instituto Lusitano em Lisboa nos anos de 1916 e 1917 algo que hoje se interpretaria como diploma em Contabilidade e Comércio Internacional. Propôs-se a si mesmo só se aventurar em África depois de uma sólida formação técnica, profissional e humana, com planos de, mais do que enriquecer, contribuir para o enriquecimento humano e para o progresso de um território onde tudo era preciso fazer.
Parte para Moçambique em 1923, então África Oriental portuguesa a bordo de um dos vapores que faziam a ligação entre a metrópole e o ultramar, através do Canal do Suez, rota que utilizou por mais de uma vez.
Estabeleceu-se inicialmente na Ilha de Moçambique, então capital do Distrito de Nampula, onde foi Vereador da Câmara Municipal, fundador da Associação Comercial, perito do Tribunal Aduaneiro e Fiscal, vindo, depois, a ser membro da Comissão de Melhoramentos dos Caminhos de Ferro. Em 1929 foi encarregado da representação da Câmara Municipal de Moçambique em Porto Amélia (actual Pemba) na cerimónia de transferência da Companhia do Nyassa para a tutela directa do Estado.
Só alguns anos depois viria a transferir parte dos seus negócios para a nova localidade emergente no interior, Nampula, onde funda a firma João dos Reis & Irmão, com o irmão Domingos, que entretanto, fora chamado e se fixara em Angoche.
João dos Reis consegue, em conjunto com o seu irmão e sócio Domingos, expandir os seus negócios, como grossistas e retalhistas de diversas mercadorias, géneros, como agentes de seguros e, posteriormente, no que hoje se convencionaria designar por hotelaria.
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