sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Série Askari (19)

Soldados auxiliares do contingente regular de Moçambique (1948), que podem considerar-se askaris do Império colonial português (África Oriental Portuguesa).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Raso Olimpo

«Neste raso Olimpo argamassado em febre e coral, o Deus maior sou eu»





{Rui Knopfli}



Foto © de Belinha Morgado .

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Série askari (18)

Askaris do Império britânico (África oriental inglesa).

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Breve memória familiar e comercial da África Oriental portuguesa (XV) – O casamento de José dos Reis Bravo e de Maria Vitória Roxo de Almeida

Maria Vitória, em Castelo Branco.


José dos Reis Bravo retomou o trabalho, agora como sócio-gerente da sociedade Domingos dos Reis & Sobrinho, Ld.ª, naturalmente, com acrescidas responsabilidades emergentes do facto de o tio Domingos se ter ausentado para a metrópole e, por outro lado, de ter de preparar as condições para receber Maria Vitória em Nampula.

José dos Reis Bravo, à porte do estabelecimento Casa Reis.
O namoro, foi praticamente telefónico e por correspondência, em que os noivos combinavam e acertavam pormenores da futura vida em comum. O casamento foi celebrado “por procuração”, como então era frequente. Foto do casamento de Maria Vitória, em Castelo Branco

Casam no dia 28 de Abril de 1957, José dos Reis Bravo em Nampula, e Maria Vitória em Castelo Branco. Dos eventos não há praticamente reportagens fotográficas; em Nampula, José dos Reis Bravo registou o dia em convívio com amigos. Maria Vitória assinalou o evento em família, tendo comparecido o tio Domingos e demais família do noivo em Castelo Branco, onde a família de Maria Vitória o havia preparado. O tio Domingos documentou o momento em máquina fotográfica nova, adquirida no Egipto, aquando da sua viagem para a metrópole, não evitando que, no manuseamento, inadvertidamente “entrasse luz”, danificando irremediavelmente o rolo e a possibilidade de revelação das fotografias. Apenas sobraram algumas fotografias posteriores à celebração da missa, já na casa do Tio António Venâncio e da Tia Céu.

José dos Reis Bravo e Maria Vitória, juntos em Nampula, na Avenida da Catedral (actual Av. Eduardo Mondlane).

Maria Vitória embarca para África, no que iria ser a sua primeira viagem para longe da casa dos pais e irmão. Iniciou a viagem em 22 de Maio de 1957, tendo feito escala em Lourenço Marques, onde ficou alguns dias junto dos tios José Venâncio Leão (Conselho de Câmbios) e Clara Roxo Leão (professora), e com os primos que aí estavam, Mercedes, Maria de Lurdes e António Leão (engenheiro civil, ainda hoje residente em Maputo), bem como junto dos tios José Morgado (Caminhos de Ferro de Moçambique) e Maria José Roxo Morgado (Tia que ainda hoje vive em Maputo) e dos primos João, Jorge e Rui Morgado, instalados em Inhambane. Essa pausa constituiu uma forma de suavizar o impacto com a novidade e a estranheza do meio que iria encontrar, sendo inteirada por esses familiares sobre aspectos práticos, como a prevenção contra a malária e outras doenças, fornecendo-lhe indicações preciosas no sentido de se situar no Moçambique de então, só possíveis pela enriquecedora experiência que todos tinham entretanto adquirido na Província, quer pelas posições e funções que desempenhavam, quer pelo conhecimento dos desenvolvimentos que a Província registava.


Só um mês após o casamento chegou a Nampula, exactamente no dia 28 de Maio de 1957, dia assinalado com festejos do «Estado Novo».

Aspecto exterior da Casa Reis, en Nampula.


Os noivos reencontram-se, agora, num novo meio, no qual se teriam de integrar. Ficam instalados numa residência no andar por cima do estabelecimento da Casa Reis, que fora preparada convenientemente por José dos Reis Bravo e a adaptação de Maria Vitória foi gradual, passando a colaborar com o marido na gestão do estabelecimento, integrando o quadro dos trabalhadores da sociedade.

O casal de agricultores José e Maria Ricardo, proprietários de uma “machamba” (exploração agro-pecuária) nos arredores de Nampula, são o amparo nessa fase inicial da estadia de Maria Vitória em Nampula. José Ricardo era uma pessoa com uma visão avançada no tempo (para a época), sendo vegetariano, defendendo uma forma de vida ligada à Natureza, a qual entendia que devia ser vista com todo o respeito, devendo servir apenas no limite estritamente necessário as necessidades humanas. Era raro José Ricardo vir à cidade, o que era assegurado por D. Maria, e o ambiente da sua exploração era mais comunitário do que nas outras, sendo a mesma fonte de abastecimento dos trabalhadores. Maria Vitória e José dos Reis Bravo no interior do estabelecimento Casa Reis.


Naturalmente que muitas outras relações sociais e de amizade foram estabelecidas pelo casal, para além dos amigos que José dos Reis Bravo já fizera e que passaram a relacionar-se, agora, com o casal. Foi esse o contexto do início de vida de casados da Maria Vitória e José dos Reis Bravo em Nampula.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Esperança

Estudo de moçambicano, Rui Figueiredo.

Sabedoria

Moçambicano (por E. Loureiro), in Lourenço Marques, edição da Direcção de Portos, Caminhos de Ferro e Transportes de Moçambique.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Série Askari (17)

Banda de askaris do Império colonial alemão (África oriental), com oficial.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Série askari (16)

Askari (do Corpo de Polícia) do Império colonial alemão.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Breve memória familiar e comercial da África Oriental portuguesa (XIV) – A sociedade Domingos dos Reis & Sobrinho, Ld.ª

No final da estadia na metrópole, em que conhecera Maria Vitória, que viria a ser sua futura esposa, José dos Reis Bravo regressa a Nampula. Estávamos em inícios de 1956.
Ao voltar a África, o propósito era, naturalmente, o de continuar a trabalhar com o tio Domingos dos Reis, o qual o incentivara a fazer a visita à Mãe, Laura dos Reis, e demais família. No entanto, o tio Domingos tinha outros projectos. Pensara em retirar-se definitivamente de Moçambique e regressar com a esposa e filhas à metrópole. Porém, apesar de ter alguns colaboradores com quem já trabalhava há algum tempo, precisava de alguém em quem pudesse depositar a máxima confiança.
O sobrinho José dos Reis Bravo estava, segundo a sua avaliação, preparado e adquirira experiência necessária para a gestão dos negócios, que, entretanto, expandira: agência de lotarias, valores selados, jornais (de Moçambique e da metrópole) e revistas (APR), seguros, importação e exportação de bebidas, brindes, papelaria, livraria, gestão do parque imobiliário. Além da confiança que nele depositava, achava-o suficientemente responsável para, sozinho, ficar à frente da empresa, no que seria auxiliado pelos demais colaboradores, nativos e europeus, bem como pela esposa, quando a mesma fosse ao seu encontro.
Contudo, era necessário dar forma a essa colaboração; a formalização de uma sociedade por quotas foi a solução encontrada. A sociedade Domingos dos Reis & Sobrinho, Ld.ª foi formalizada em 27 de Abril de 1956; o objecto era o da “exploração de todas as operações comerciais” em que acordassem os sócios, com excepção do negócio bancário. Ambicioso. Como na África de então se podia ser. Rosto da escritura da sociedade Domingos dos Reis & Sobrinho, Ld.ª. Segunda página da escritura social, onde se pode ler o objecto da sociedade.



A sociedade ficou instalada no estabelecimento Casa Reis, edifício situado ao lado direito da sede da Zuid Afrikaansch Handelshuis, que partilhava com a Ourivesaria Tito Martins (que anos mais tarde cederia o espaço para a expansão do estabelecimento da Casa Reis a todo o rés-do-chão). A residência de José dos Reis Bravo seria no piso superior do estabelecimento.
Domingos dos Reis constata que a experiência corre bem e decide retirar-se definitivamente do território, reformando-se em Lisboa, e passando a ir periodicamente a Nampula, para se inteirar in loco do curso dos negócios.

José dos Reis Bravo Aspecto geral de Nampula.

Nampula tornara-se já uma promissora cidade, constituindo o epicentro de toda uma próspera e empreendedora região, o Norte de Moçambique, destacando-se o incremento nas culturas agrícolas de algodão, tabaco, sisal, cajú, chá, nas indústrias associadas, na agro-pecuária, bem como em muitas outras actividades comerciais e industriais, além do Ensino e do Comando Militar da Província.




Aspecto geral de Nampula.


No dia 19 de Setembro de 1956, o Jornal de Notícias de Moçambique, de que a firma Domingos dos Reis & Sobrinho, Ld.ª era agente no Distrito de Nampula, noticia o que se entendia ser uma viagem de férias da família do tio Domingos, à metrópole, via Canal do Suez e Itália. No entanto, era o que seria já a viagem de regresso. Definitivo.

"Notícias" de 19-09-1956.


Em Moçambique, permanece José dos Reis Bravo, ali continuando, de acordo com o firmado, a gestão dos negócios da sociedade.